segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

O princípio da incerteza

Não há certeza numa zona onde ela, por natureza, inexiste. Os aspectos essenciais de uma partícula (posição, velocidade, energia...) nunca podem ser imediatamente observados com total precisão. O acto da observação, distorce pelo menos uma dessas características porque prende-se num momento estático e não acompanha o presente de todos os componentes.
Quando se quer comprovar algo cientificamente, o modo como os planetas giram à volta do Sol, a constituição das manchas, a razão das torneiras deitarem água, o facto de existir vento, é preciso visualizar sempre de forma abstracta. Só que, às vezes, o nosso olhar altera as coisas para as quais olhamos. Não é possível apurar a realidade do que aconteceu, ou o que teria acontecido se não tivéssemos visto nem por tal existe meio de medir com cirúrgica precisão as propriedades mais elementares do comportamento. Ou melhor, quanto mais precisamente se mede uma propriedade (o movimento de um eléctrão), menos precisamente se pode conhecer outra (a sua posição). Mais certeza de uma, mais incerteza de outra.
Quanto mais se observa, menos se vê.

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