quarta-feira, 26 de novembro de 2008


Olá Panda!

Admirada pela referência explícita?

Como sei que pouco fazes, decidi deixar por aqui qualquer coisa que possas ler e que te faça companhia entre tostas com queijo, línguas de veado, e iogurtes. Porém, como pouco ou nada tenho para te escrever, a mensagem aqui transmitida será meramente informativa, nada que te permita lançes rápidos, via google, esse expoente, para saber quem exerce o actual domínio na Casa Fernando Pessoa. Como sabes, em breve celebrarei o meu aniversário...Com 21 anos na iminência de serem feitos, espero de ti um presente original, distinto, pensado e, como é evidente, num valor estimado de aproximadamente 800 euros. Para quê Brasil quando, em vez de uma viagem na qual por certo morrerás ou serás morta (numa linha adaptativa: ainda não aconteceu, mas poderá acontecer), tens agora a oportunidade única de demonstrar o valor imenso e intenso que nutres, desde sempre, pela nossa inoportuna amizade? Já pensaste bem na alegria que me podes proporcionar ao ofertar-me humildemente, algo que me faça recordar, ainda que ocasional e dolorosamente, de vós, gente ignóbil? Sei que estou até a ser condescendente para contigo, mas sei também que apenas és detentora de valores infelizes como o supra mencionado...e isso basta-me: quem dá o que tem, a mais não é obrigado. Como também conjecturas, não serás convidada para alguma oficial celebração da data festiva, ainda que haja esse desejo da tua parte, evidentemente.

Sem nada mais para acrescentar, aqui te deixo os meus mais profundos votos de Feliz Natal - que passe rápido e seja indolor - e que tenhas cuidadinho com a boquinha: como em tempos te disse; a unica coisa boa em te ver comer, é não te ouvir falar.

beijinhos!

Para megalómanos (12/12/08)

sábado, 22 de novembro de 2008



hohohohoohohohohohohoohohohohoohohohohohoohohohohoh
Para todos 'os que não são fãs do Mónaco'...







































































get the notion

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Previamente informo que esta tirada 'não sai fora do meu registo'.
Crítica literária que leu "os clássicos", especialista do último escritor com quem dormiu, autora de 'uns romances', coluna na "revista" do Expresso e directora da "Casa-Museu Fernando Pessoa"...
Entre a sua iliteracia egocêntrica, escrevendo barrocos intelectuais tão lançados à esquerda (amiga da Direita que, curiosamente, também é - faz-me lembrar um Ruy de Carvalho ou mesmo até uma Simone de Oliveira, pessoa detestável, que ainda por aí anda, sabe Deus com que macumbas, bamboleando as pelhencras entre os partidos que lhe bufam as velas) e a evidência com que analisa, claro, de tudo um pouco, casos que só mesmo ela pensa que sabe, devia começar a perceber, no tempo que lhe sobra entre camas, quando a expressa no Expresso, que a sua demagogia crítica de invertebrada jurídica (com gentes que tiram cursos de Direito, criticam a justiça, e são jornalistas posso eu bem) é enfadonha e encostada. Apesar de ter um séquito de admiradores considerável (permitam-me o detalhe: homens que a querem comer), não significa tal percentagem que diga coisas de jeito, ou que seja boa na arte. Compreendo a sua natural arrogância e a sua tendencial prepotência em vingar num mundo que a sodomiza a ser uma mulher, mas já não tenho aura para suportar a afronta que a Virgem me provoca ao sistema nervoso, ela e outras pérolas do facilitismo, quando vomita pela comunicação social dezenas de críticas, outras dezenas de soluções, e não ganha rédeas da sua incontornável legalidade mental, ocupando não mais um cargo de lazer e status cultural, mas uma cadeira que lhe avoque a possibilidade de realizar, na prática, tão afamadas mudanças, e quem sabe ganhando, de vez, os testículos políticos que tão intimamente, nas noites que passa em claro a uivar à lua cheia, deseja. Pior que ela é o outro brolho, seu companheiro televisivo, Marxista de mãe, que vive num mundo paralelo onde o capitalismo não é a realidade e por isso, continua a encavar os dentes nas filosofias mais proletárias de que há memória na televisão nacional. E admira o culto que o povo corra para programas que não o são, com Teresas Guilhermes e Mayas, fugindo daquelas gentes miseráveis, transbordantes de saberes que, como não podia deixar de ser, ocupam horários impróprios para consumo de massas. Nao tenciono com isto afirmar a minha preferência por Marcelos Rebelos de Sousa, Marias Filomenas Mónicas ou Migueis Sousas Tavares (figuras pelas quais tenho um carinho proporcional aquele que nutro a estirpes virais), a comandar um programa televisivo ou a exercer domínio num publicação semanal qualquer, coisa que já fazem. No máximo, faço uma remissão implícita a alguns programas úteis como o 'Prós e Contras', ou outros deliciosos como 'A Liga dos Últimos', os quais deveriam ser transmitidos sequencialmente para demonstrar em primeiro a necessidade de só haver tantos espertos por haver gente tão burra e, em segundo, mostrar o país irrisório em que vivo, e os burros reais necessários para haver tantos espertos. Agora a Clara e o Daniel, juntos numa grelha televisiva que eu pensava extinta, a vomitar o que comem?A única coisa que me dá uma certa tranquilidade é imaginar estas sábias cabeças lá nos anos 7o, a fumar charros variados, com gentes variadas, em becos variados, já inflamados naquilo, com 'O Idiota' debaixo do braço a fazer marca da sua enormidade wanna be, envergando as mais inconcebíveis fatiotas, propicias a encenações de teatro de revista, a encarnar aquela ideologia pós-74, que todos muito gostam de reclamar, porque tinham pouco mais de 18 anos e acham que foram a chave revolucionária, libertadores. E miseravelmente orgulhosos de o serem, por mim, se o fosse na altura, totalmente exilados do meu meio, porque eu tenho a consciência zoobiótica da classe...e olhos na cara.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Sarcasmo Ideológico

Ao contrário de nós, por Portugal, os Norte-Americanos não votam em branco.
'O efeito de uma estrada campestre não é o mesmo quando se caminha por ela ou quando a sobrevoamos de avião. De igual modo, o efeito de um texto não é o mesmo quando ele é lido ou copiado. O passageiro do avião vê apenas como a estrada abre caminho pela paisagem, como ela se desenrola de acordo com o padrão do terreno adjacente. Somente aquele que percorre a estrada a pé se dá conta dos efeitos que ela produz e de como daquela mesma paisagem, que aos olhos de quem a sobrevoa não passa de um terreno indiferenciado, afloram distâncias, belvederes, clareiras, perspectivas a cada nova curva [...]. Apenas o texto copiado produz esse poderoso efeito na alma daquele que dele se ocupa, ao passo que o mero leitor jamais descobre os novos aspectos do seu ser profundo que são abertos pelo texto como uma estrada talhada na sua floresta interior, sempre a fechar-se atrás de si. Pois o leitor segue os movimentos de sua mente no vôo livre do devaneio, ao passo que o copiador os submete ao seu comando. '

Walter Benjamin, in 'Rua de Sentido Único'

'Não és um homem normal. Isso te é uma inferioridade (ou uma superioridade?). Como em tudo o que é diferente. Cultiva a tua diferença. Mas uma diferença pode ser negativa. Esse o teu drama. Porque a tua diferença vai além e fica aquém dos outros. Tu querias ser os outros no em que lhes és inferior e ser diferente no em que lhes és superior. Mas toda a superioridade se paga. Paga e não bufes.'
in 'Conta-Corrente 1'

in www.sip-my-fucking-royal-tea.blogspot.com

domingo, 2 de novembro de 2008

Poucas pessoas saberão, a meio da vida, como chegaram a ser o que são, aos seus prazeres, à sua visão do mundo, à sua mulher, ao seu carácter, à sua profissão e aos seus êxitos; mas sentem que a partir daí as coisas já não irão mudar muito. Poderia mesmo afirmar-se que foram enganadas, porque não se consegue descobrir em lugar nenhum a razão suficiente para que tudo tenha acontecido como aconteceu, quando teria sido perfeitamente possível ter acontecido de outra forma. O que acontece, aliás, raramente depende da iniciativa dos homens, mas quase sempre das mais variadas circunstâncias, dos caprichos, da vida e da morte de outras pessoas, e, de certo modo, limita-se a vir ter connosco naquele preciso momento. Na juventude, a vida está ainda à nossa frente como uma manhã inesgotável, plena de possibilidades e de vazio; mas logo ao meio-dia algo se anuncia que reclama ser a nossa própria vida, mas que é tão surpreendente como uma pessoa com quem nos correspondemos durante vinte anos sem a conhecer, e que um belo dia, de repente, temos diante de nós e constatamos que é completamente diferente do que havíamos imaginado.Mas o mais estranho é que a maior parte das pessoas nem dêem por isso; adoptam aquele que veio ter com elas e cuja vida se fundiu com a própria, as vivências dele parecem-lhes agora ser a expressão das suas próprias qualidades, e o destino dele é o seu mérito ou sua desgraça. Sucedeu-lhes o mesmo que às moscas com o papel mata-moscas: algo as apanhou por um pêlo, lhes impediu os movimentos, as manietou a pouco e pouco até ficarem sepultadas sob uma espessa cobertura que já só vagamente corresponde à sua forma primitiva. Nessa altura, já só têm pensamentos desfocados da sua juventude, quando nelas existia qualquer coisa como uma força de resistência. Uma força de tracção turbilhonante que não pára e desencadeia uma tempestade de movimentos de fuga sem orientação; o espírito escarninho da juventude, a sua revolta contra o estabelecido, a disponibilidade para toda a espécie de heroísmo, para o sacrifício e para o crime, a sua ardente gravidade e a sua inconstância - tudo movimentos de fuga. No fundo, impulsos que apenas indicam que nada do que na juventude se empreende é fruto de uma necessidade e de uma clarividência interiores, ainda que nessa fase o modo como isso acontece queira fazer crer que todos os projectos do momento são inadiáveis e necessários. Alguém inventa um belo gesto novo, exterior ou interior... Como traduzir isso? Uma pose vital? Uma forma para a qual a interioridade escorre como o gás para um balão de vidro? Uma expressão da impressão? Uma técnica do ser? Tanto pode tratar-se de um novo bigode como de um novo pensamento. É teatro, mas, como todo o teatro, tem o seu sentido - e as almas jovens precipitam-se num instante sobre isso, como os pardais dos telhados quando alguém espalha migalhas no chão. Não é difícil de compreender: quando lá fora um mundo nos pesa sobre a língua, as mãos, os olhos, uma Lua arrefecida feita de terra, casas, costumes, imagens e livros, e cá dentro só existe uma névoa em eterno movimento - que felicidade, quando alguém nos acena e nós julgamos reconhecer-nos nesse sinal! Haverá coisa mais natural do que um ser intenso que se apropria dessa nova forma antes das pessoas vulgares? É ela que lhe oferece o instante do ser, o equilíbrio tenso entre dentro e fora, entre ser esmagado, ou voar e explodir. (...) O que faz desta ânsia de renovação do ser um perpetuum mobile mais não é do que o desconforto resultante da intrusão, entre o eu próprio, nebuloso, e o eu dos predecesssores, petrificado numa carapaça que nos é estranha, de um pseudo-eu, de uma alma de grupo mais ou menos ajustada. E se estivermos atentos, por pouco que seja, veremos sempre aflorar no último futuro que acabou de entrar em cena os sinais do que num próximo futuro serão os velhos tempos. As novas ideias serão então apenas trinta anos mais velhas, mas apaziguadas e um pouco mais rechonchudas ou obsoletas, como o rosto radioso de uma rapariga ao lado do rosto apagado da mãe; ou então não tiveram êxito, mirraram e ficaram reduzidas a um qualquer projecto de reforma defendido por um velho idiota a quem uma meia centena de admiradores chama o grande Fulano.

Robert Musil, in 'O Homem sem Qualidades'

sábado, 1 de novembro de 2008