sábado, 24 de janeiro de 2009

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

A monarquia de fábrica



A História que se faz é resultado do Produto Homem. Não há livro do Passado que não verse a aptidão humana, física e mental, em multiplicar construtivamente uma certa e por vezes determinada situação; quer seja a força que se detém ou o medo que eterniza. Há enormes diferenças entre quem está acima e em cima. A capacidade de se criar, sedimenta a posição que se julga inerente. Advém como beneficio o entendimento do privilégio que se arroga quem nasce hoje materialmente substanciado. Essa percepção dotou a arte da representação como método de sobrevivência: somos todos nobreza indeterminada em massa, porque se perdeu o lugar. Insectos folha, existindo pela ilusão da sua viva inexistência, num mero prefácio de um livro.
Julgo por isso que o Povo como classe não é desnivelado, é ‘inferior’, é infância: descabida frontalidade e vazio. Mora lá a ‘verdade’ toda, mas com a verdade não se faz nada – e por isso mesmo não a perdoam a ninguém, porque a verdade é sempre excessiva, como um coice. Não considero possível a existência horizontal, estou convicto da pirâmide. Por entre a raiz da árvore há sempre o mineral – é-o naturalmente, como o Universo é constelado em patamares. Como quem consegue apontar a obra certa desconhecendo o autor, com noção de qualidade porque nunca viram outra coisa.
Não há termo mais burguês do que snob, clicquot merece o preço, e fechar cortinas é mesmo tarefa para o sumilher.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

42 anos 154 dias 23 horas 59 minutos 20 segundos
'HOLA, is Rosa still alive?'

back in those days

"Quando os acontecimentos nos colocam em oposição ao meio envolvente, todos desenvolvemos as forças de que dispomos, ao passo que nas situações em que apenas fazemos o nosso dever nos comportamos, compreensivelmente, como quem paga os seus impostos. Daqui se conclui que tudo o que é mau se pratica com mais ou menos imaginação e paixão, enquanto o bem se caracteriza por uma inconfundível pobreza de afecto e mesquinhez. (...) Se abstrairmos daquela grande fatia central do mundo e da vida ocupada por pessoas em cujo pensamento as palavras bem e mal deixaram de ter lugar desde que largaram as saias da mãe, então as margens, onde ainda há propósitos morais deliberados, ficam hoje reservadas àquelas pessoas boas-más ou más-boas, das quais algumas nunca viram o bem voar nem o ouviram cantar e por isso exigem de todas as outras que se extasiem com elas diante de uma natureza da moral com pássaros empalhados pousados em árvores mortas; o segundo grupo, por seu lado, os mortais maus-bons, espicaçados pelos seus rivais, manifestam, pelo menos em pensamento, uma tendência para o mal, como se estivessem convencidos de que é apenas nas más acções, menos desgastadas do que as boas, que ainda pulsa alguma vida moral. (...) De facto, tanto antes como hoje, não existem os maus-maus, facilmente responsabilizáveis por tudo; e os bons-bons são um ideal tão distante como a mais remota nebulosa."


Robert Musil, in 'O Homem sem Qualidades'

Caro Salvador Maria Bla Bla BLa e Silva:

Vejo-me forçado a usar do meu direito de resposta perante as últimas manifestações de vida de V. Exª. Destarte, foco-lhe a essencialidade que é o uso de terminologias não familiarizadas na escrita. Como sei que se encontra minimamente inteirado da obra de Fernando Pessoa, julguei-o erroneamente e conjecturei uma certa conformação da parte de V. Exª. com a elasticidade atípica que certas expressões conseguem,se devidamente estilizadas, atingir. Faço questão de frisar que não busco a concordância de ninguém pela sintaxe do autor transcrito, e estou convicto que o próprio esteja a admoestar a sua prepotência verbal ou vulgar, e típica, tentativa de exame.
É também meu dever exportar-lhe a ideia de que "absolutamente" e "languidez" não suportam quaisquer direitos de autor e, por tal, a erudita vacatura que tanto se "arroga" não se transfigura disponivel para ditaturialmente a governar. Entretanto seria óptimo obter algumas gravações das conversas que tem com os seus amigos para, aí sim, dissertar sobre o uso de expressões sub 18. Já no que concerne ao erudito poema por V. Exª. criado, atendendo que versa a minha invejável pessoa, permita-me praticar algumas correcções, a saber:

1- Constatará que raramente estou enjoado, e que nunca fui pessoa anti-social excepto quando é necessário;
2- Não dê prática a composições como "à sua terra", mas sim "sua terra" (julgo dispensável demonstrar-lhe o porquê);
3- Na cidade de Seia,Res nullius, não há estação de comboio logo não me poderia sentar num banco da mesma a ouvir os ansiados apitos de partida...;
4- "Esposa", "falecer" ou "derivado" são, como correctamente diz, verba non grata em terras do demo: usa-se como sucedâneos "Mulher", "Morreu" e "Por causa de";
5- Para 'nunca mais ser branca' a minha meia, implica a necessidade de já alguma ter sido, coisa que não fez parte do meu passado.
Reforço a proposta de readmitir para restauro o corrigível conjunto de quadras para, assim, alcançar a melodia de escárnio que pretende. Eu não mudaria o título. Irei, quando tiver mais tempo disponivel, presentea-lo com uma ode: tenho a certeza que, tipo... gostará do tom.




Atenciosamente

José

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Não é por nada, eu até gosto de autarcas corruptos. Desde favorecimentos pessoais, a desvios de capitais, são esquemas atrás de esquemas. Todos sabemos que existem, sabemos todos muita coisa... Mas tipo... Obras públicas com um orçamento potêncial abaixo de 5 milhões não serem sujeitas a concurso público com o objectivo de acelerar a construção? What the fuck is this?

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

GENIUS

Miau&Butterfly

"Paulo Coelho fala dos momentos dolorosos do seu passado como a travessia pelos desertos das drogas , da magia negra e satânica, pelo manicómio, pela prisão e pela tortura."

Estou portanto a referir um Sr. que diz conseguir separar nuvens com a força da mente, parar o tempo, fazer chover e até ficar invisível. Coisas como: "últimas novidades" , "o alquimista enfiou a mão dentro do buraco", "há dois dias atrás", não são pleonasmos, são erros de um doente mental em altas representante de Lúcifer. Estou seriamente a pensar iniciar uma petição para lhe pôr a cabeça a prémio. É absolutamente despresível.

"Pela periferia do meu diâmetro, tombam teias teadas pela pressão do tecto . Cair é um sossego sem peso. Indecifráveis constelações, cosmos de fosfato incandescente, na melancolia gravitacional deste sítio. Ou fagulhas a preto e branco, vindas de cinza, pesa-lhes o desenho. Neste silêncio emoldurado a frio com tudo pintado a neutro, expresso um licor cansado na tela lânguida, até onde me chega o braço.
Quero pensar no não pensar; que não mais do que apenas não pensar em faze-lo: quero a inércia e a apatia esticadas, a desdenhar na margem da ideia que não se chega a ter."

Frank G. in 'Diaporese'

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

" ...não há termo mais burguês do que 'snob'. "