terça-feira, 20 de janeiro de 2009

A monarquia de fábrica



A História que se faz é resultado do Produto Homem. Não há livro do Passado que não verse a aptidão humana, física e mental, em multiplicar construtivamente uma certa e por vezes determinada situação; quer seja a força que se detém ou o medo que eterniza. Há enormes diferenças entre quem está acima e em cima. A capacidade de se criar, sedimenta a posição que se julga inerente. Advém como beneficio o entendimento do privilégio que se arroga quem nasce hoje materialmente substanciado. Essa percepção dotou a arte da representação como método de sobrevivência: somos todos nobreza indeterminada em massa, porque se perdeu o lugar. Insectos folha, existindo pela ilusão da sua viva inexistência, num mero prefácio de um livro.
Julgo por isso que o Povo como classe não é desnivelado, é ‘inferior’, é infância: descabida frontalidade e vazio. Mora lá a ‘verdade’ toda, mas com a verdade não se faz nada – e por isso mesmo não a perdoam a ninguém, porque a verdade é sempre excessiva, como um coice. Não considero possível a existência horizontal, estou convicto da pirâmide. Por entre a raiz da árvore há sempre o mineral – é-o naturalmente, como o Universo é constelado em patamares. Como quem consegue apontar a obra certa desconhecendo o autor, com noção de qualidade porque nunca viram outra coisa.
Não há termo mais burguês do que snob, clicquot merece o preço, e fechar cortinas é mesmo tarefa para o sumilher.

1 comentário:

The Walrus disse...

'De principatibus novis qui armis propriis e virtute acquiruntur.'

O Principe, Cap VI, Nicolò Machiavelli

al Magnifico Lorenzo de' Medici