sábado, 31 de maio de 2008

quinta-feira, 29 de maio de 2008

John Butler Trio

"Ser marginal. Não ser fora-da-lei por desprezo da norma comum. Por amoralidade, miserabilismo, ou abjecção. Ser apenas do lado da vida em que não passa muita gente, se é quase anónimo, fora do alvo que é visado pela notoriedade, curiosidade pública, grande reputação. Ser em humildade, na discrição de nós, na curta dimensão de nós. Não é por comodismo, orgulhosa modéstia, ressentimento. Não por nada disso ou outras coisas disso, mas só para nos não perdermos de nós, não nos esbanjarmos na invasão da dissipação alheia. Não por nada disso mas só pela economia do pouco que nos pertence e mal dá para abastecer uma vida. Ser marginal - sê marginal. Afecta a ti próprio o espaço que é para ti e para ti te foi dado. Na intimidade de ti, na reserva de ti, na pobreza de ti. O mais que viesse e te invadisse o teu espaço, que é que te dava? A ampliação do teu rumor na amplificação alheia dele, seria alheio e não teu. A tua voz é breve, não a amplies ao que não é. E o teu pensar, o teu sentir, o teu ser. Não os sejas mais do que és. E então verdadeiramente serás."
Vergílio Ferreira, Conta-Corrente

estoy hasta la gorra


"Eu abasteço em Espanha, para ajudar à falência da especulação capitalista que esmaga Portugal."



in http://joaotilly.weblog.com.pt/
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"I was snorting cocaine yesterday when i came to a sudden epifany. monogamy's just a function of capitalism and love is a consequential construct of culture."
"Dia de tédio. Poucas coisas me atingem ou me prendem; pois é razoável que elas atinjam, contanto que não nos possuam. É até aí se compreende a insensibilidade, que em mim é naturalmente muito saliente. Desposo - e consequentemente me apaixono por - poucas coisas. A minha visão é clara, mas detenho-a em poucos objectos; a sensibilidade, delicada e maleável. Mas a apreensão e aplicação, tenho-a dura e surda: dificilmente me envolvo. É um objecto que possuo por mercê de outrém e sobre o qual a fortuna tem mais direito do que eu. Devemos moderar-nos entre o ódio e o amor à voluptuosidade.Mas às paixões que me distraem de mim e me prendem alhures, a essas certamente me oponho com todas as minhas forças. A minha opinião é que devemos emprestar-nos a outrém e só nos darmos a nós mesmos. Se a minha vontade se mostrasse fácil de se hipotecar e se empenhar, eu não sobreviveria a ela: sou frágil demais, tanto por natureza como por hábito, avesso às ocupações e nascido para a segurança do ócio. As discussões combativas e encarniçadas que no final dessem vitória ao meu adversário, o desenlace que tornasse vergonhoso o meu ardente assédio talvez me corroessem muito cruelmente. Se eu cravasse os dentes a fundo, como fazem os outros, a minha alma nunca teria força para suportar os sobressaltos e emoções que acompanham os que abarcam tanto; seria desconjuntada por essa agitação intestinal. Se por vezes me impeliram ao manejo de assuntos alheios, prometi tomá-los nas mãos, não no pulmão nem no fígado; encarregar-me deles, não incorporá-los; interessar-me por eles, sim, apaixonar-me, de forma alguma; atento a eles mas não os fico a chocar. Já tenho trabalho suficiente dispondo e organizando a multidão doméstica que trago nas minhas entranhas e nas minhas veias sem nelas alojar uma multidão estrangeira que me oprima; e sou suficientemente afectado pelos meus assuntos essenciais, pessoais e naturais sem convidar outros, forasteiros. Os que sabem o quanto devem a si e quantas obrigações têm para consigo mesmos descobrem que a natureza lhes deu essa missão suficientemente cabal e nada ociosa. Tens largamente o que fazer em tua casa: não te afastes."
Frank Green in 'Diapore'

"The man's first need is what unnecessary"
Einstein

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terça-feira, 27 de maio de 2008

domingo, 25 de maio de 2008

"Não há nenhuma vida verdadeiramente intelectual em que a polémica não seja um acidente, um desnível entre o engenho e a cultura adquirida, por um lado, e, por outro, o meio ambiente; o pensador não é, por estrutura, polemista, embora não fuja ante a polémica, nem a considere inferior; o seu domínio é no campo da paz, não entre os instrumentos de guerra; quando a batalha se oferece sabe, como o filósofo antigo, marchar com a calma e a severa repressão dos instintos que o mundo inteiro, ante a sua profissão, tem o direito de exigir; o seu dever de cidadão impõe-lhe que tome, ao ecoar da voz bárbara, a lança que defende as oliveiras sagradas e os rítmicos templos. A sua linha, porém, o fio de cumeadas por que se alongam os seus passos melhores comportam apenas uma invenção superadora, um perpétuo oferecer aos seus amigos humanos de toda a descoberta possibilidade de um caminho mais belo e mais nobre. Vê-se como um guia e um observador de horizontes que se estendam para além dos limites do mar e dos limites do céu; a sua missão é a de pôr ao alcance de todos os que novamente contemplaram os seus olhos e de os ajudar a percorrer a estrada que abriu ou desvendou; com toda a humildade, todo o carinho que provêm de ter medido a imensa distância que ainda o separa de Deus e de ter aprofundado a tristeza e a treva em que se debatem e se amesquinham seus irmãos; inteligência e caridade não andam longe uma da outra quando são ambas verdadeiras."
Agostinho da Silva, in 'Textos e Ensaios Filosóficos'

sábado, 17 de maio de 2008

sexta-feira, 16 de maio de 2008

A is 2 O = B is 2 W

"Eis agora um bom método para descobrir os vícios de uma pessoa. Começa por conduzir a conversa para os vícios mais correntes, depois aborda mais em particular os que pensas que possam afligir o teu interlocutor. Fica a saber que se mostrará extremamente duro na reprovação e denúncia do vício de que ele próprio padece. Assim se vêem muitas vezes pregadores fustigar com a maior veemência os vícios que os aviltam. Para desmascarar um falso, consulta-o acerca de um determinado assunto. Depois, passados alguns dias, volta a falar-lhe nesse mesmo assunto. Se, da primeira vez, te quis induzir em erro, a opinião que desta segunda vez te dará será diferente: quer a Diniva Providência que depressa esqueçamos as nossas próprias mentiras. Finge-te bem informado acerca de um caso de que, na realidade, não sabes grande coisa, na presença de pessoas das quais tenhas motivos para crer que estão perfeitamente ao corrente: verás que se trairão, ao corrigirem o que disseres. Quando vires um homem afectado por um grande desgosto, aproveita a ocasião para o lisonjear e consolar. É muitas vezes nestas circunstâncias que deixará transparecer os seus pensamentos mais secretos e ocultos. Leva as pessoas - mas sem que disso se apercebam - a contar-te a sua vida. A melhor maneira de consegui-lo é fingir que lhes narras a tua. Dir-te-ão como conseguiram enganar os outros, o que constituirá um fértil ensinamento para interpretar a sua actual conduta. Naturalmente, cuida, porém, de nada revelares da tua vida."
Jules Mazarin, in 'Breviário dos Políticos'

quarta-feira, 14 de maio de 2008

terça-feira, 13 de maio de 2008

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Discriminante!

Não tenho por hábito fazer favores a ninguém mas este caso era particular. A pedido, realizo um telefonema para a linha BIP 24h (clients only), requerendo o envio de um livro de cheques para uma certa Avenida. Disponho de toda a informação necessária: nome completo, n.º da conta, n.º do BI, n.º das finanças, n.º da segurança social, morada, morada em 1987, n.º de vezes que já fez o rastreio da SIDA, n.º de filhos, n.º de infecções, n.º do último cheque passado, do penúltimo e do antepenúltimo. E eis que quando chega a hora h (expurga-te Herman), diz a dama do outro lado da linha e passo a citar:' - Não vai ser possível realizar o seu pedido, porque não é o titular da conta.' Sistema infalível, pensei! Se eu por acaso tivesse uma voz em si sustenido, e se por acaso me afirma-se telefonicamente como a titular, já estava feito! Do outro lado da linha, num reflexo de raiva, a dama desligou-me. O meu grau de histeria tinha aumentado em decibéis quando soube que iriam bloquear a conta em questão, por eu ser um não titular detentor de informação ultra pessoal do titular, confundido por isso com um gatuno e eclipsando a minha boa vontade em fazer favores a terceiros.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Moloko

"Creio que uma das atitudes fundamentais do homem humano deve ser a de reconhecer em si, numa falta de compreensão ou numa falta de acção, a origem das deficiências que nota no ambiente em que vive; só começamos, na verdade, a melhorar quando deixamos de nos queixar dos outros para nos queixarmos de nós, quando nos resolvemos a fornecer nós mesmos ao mundo o que nos parece faltar-lhe; numa palavra, quando passamos de uma atitude de pessimista censura a uma atitude de criação optimista, optimista não quanto ao estado presente, mas quanto aos resultados futuros. O mesmo terá já dado um grande passo para impedir os ataques, quando aceitar que só puderam existir porque a sua acção não foi o que deveria ter sido; quando se lembrar ainda de que toda a sua coragem se não deve empregar a combater, mas a construir."
Agostinho da Silva, in 'Textos e Ensaios Filosóficos'

Kraak&Smaak

"Para que percorres inutilmente o céu inteiro à procura da tua estrela?
- Põe-na lá. "


Vergílio Ferreira