quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

“Toda a minha vida consciente fora norteada por aquela ideia: “Tu não te pertences!” “Tu não te pertences!” Mal espigara em adolescência, a frase, colhida no convívio dos camaradas, nos comícios das associações, nas brochuras vermelhas lidas sofregamente, instalara-se no meu espírito, apossara-se de mim, orientando-me os movimentos. Quase todos nós, fôssemos espíritos elementares ou já colhêssemos alguns frutos nos pomares do alfabeto, obedecíamos a igual crença. Não nos pertencíamos a nós, mas ao nosso ideal, aos espoliados, à Humanidade que sofria, à criação dum mundo novo, onde a justiça estivesse de pé, a colmeia vivesse em igualdade e o amor aplainasse a obra feita, durante um ror de séculos, por construtores de abismos”.
Ferreira de castro,“Os Fragmentos”

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