domingo, 10 de fevereiro de 2008

"Por mais válido e fecundo que seja na sua origem, um movimento literário apresenta sempre dois perigos: cria banalidades e tende para o beco sem saída. Enquanto os iniciadores têm, geralmente, inteligência de tacto para não ir aos extremos do que experimentam, e aí conservarem um esquilíbrio humano, os epígonos não se contentam em retomar os seus temas, ampliam-nos, forçam os efeitos. Deste modo, acerca da consciência trágica do nosso tempo proliferou um literatura tenebrosa e suja, onde a verdade psicológica é procurada sistemáticamente ao nível da animalidade, em que a visão lúcida da desordem se transforma no prazer do mal, o desespero em raiva, a embriaguez sensual em frenesim erótico e muitas vezes o desgosto da vida na obsessão do suicídio."
Pierre-Henri Simon in 'O Homem em Processo'

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