Compreende-se esta diferença na aptidão para, mesmo não o desejando ou querendo, influenciar figura alheia a adoptar padrões, comportamentos ou acções que são nossas, de quem as oferece, e não para os fazer crer que há verdades incontornáveis e inequívocas, função das religiões. Ter um domínio ou ofertar uma certeza dividem-se facilmente como possuir um carácter ou construir um. De tudo um pouco, há cernes que ocupam espaços porque lhes pertencem. Outros porém, frágeis e apaixonados, adoptam figurações alheias, na insondável esperança de por fim as deter e as concentrar suas, julgando-as e controlando-as. Por certo, só quem as sabe unidas a um ser, consegue aceitar tal situação, sem dor ou raiva: espalhar um modo, como uma praga, é figura dos bárbaros, dos que pouco entendem sobre civilização, grafismo das explorações Incas ou das colonializações cristãs. Arquitectar uma acção, afunilar, funciona um pouco como a publicidade: não explicita uma vontade de dar mas é claro que presenteia um exponencial desejo em ser para além de nós mesmo. - Cria a vontade de ter. Ter mais.
sexta-feira, 28 de março de 2008
Compreende-se esta diferença na aptidão para, mesmo não o desejando ou querendo, influenciar figura alheia a adoptar padrões, comportamentos ou acções que são nossas, de quem as oferece, e não para os fazer crer que há verdades incontornáveis e inequívocas, função das religiões. Ter um domínio ou ofertar uma certeza dividem-se facilmente como possuir um carácter ou construir um. De tudo um pouco, há cernes que ocupam espaços porque lhes pertencem. Outros porém, frágeis e apaixonados, adoptam figurações alheias, na insondável esperança de por fim as deter e as concentrar suas, julgando-as e controlando-as. Por certo, só quem as sabe unidas a um ser, consegue aceitar tal situação, sem dor ou raiva: espalhar um modo, como uma praga, é figura dos bárbaros, dos que pouco entendem sobre civilização, grafismo das explorações Incas ou das colonializações cristãs. Arquitectar uma acção, afunilar, funciona um pouco como a publicidade: não explicita uma vontade de dar mas é claro que presenteia um exponencial desejo em ser para além de nós mesmo. - Cria a vontade de ter. Ter mais.
that's hot
"...gere da forma que achares melhor. Mas lembra-te que há uma altura em que a curva da produtividade desce quando o aumento de cansaço aumenta, exponencialmente, face ao crescimento do conhecimento que se retém do que se está a ler, que só rende linearmente..."
folho!
(when you think you know... you have no idea)
quinta-feira, 27 de março de 2008
terça-feira, 25 de março de 2008
segunda-feira, 24 de março de 2008
segunda-feira, 17 de março de 2008
sábado, 15 de março de 2008
sexta-feira, 14 de março de 2008
François La Rochefoucauld, in 'Reflexões'
terça-feira, 11 de março de 2008
segunda-feira, 10 de março de 2008
quarta-feira, 5 de março de 2008
'Não será um empreendimento excêntrico pretender extrair dos actos de Napoleão a prova da sua existência? Porque, se é verdade que a sua existência explica os seus actos, os seus actos não podem provar a sua existência, a menos que esta tenha já sido implicitamente posta na palavra sua. Além disso, na medida em que Napoleão não é senão um indivíduo, não existe entre os seus actos e ele relação absoluta tal que nenhum outro indivíduo seria capaz das mesmas acções: é talvez essa a razão que me impede de concluir dos actos para a existência. Com efeito, se digo que os actos são de Napoleão, então a prova é supérflua, pois que já me referi a ela; mas se ignoro o nome do seu autor, como provar pelos próprios actos que eles são efectivamente de Napoleão? Não posso ultrapassar a afirmação, inteiramente abstracta, de que procedem de um grande general, etc.Pelo contrário, entre Deus e os seus actos existe uma relação absoluta, porque Deus não é um nome, mas um conceito, e é talvez por isso que a sua essentia involvit existentiam. Assim, os actos de Deus só Deus pode praticá-los; muito bem; mas quais são então os actos de Deus? De actos imediatos, a partir dos quais possa provar a sua existência, não vejo o menor vestígio, a menos que admita que a acção da sua sabedoria da natureza, da sua bondade ou da sua sabedoria na Providência entre pelos olhos dentro. Mas, com isto, não abro eu a porta, pelo contrário, a tentações terríveis, tentações tais que não é possível superá-las a todas? Não, de tal ordem de considerações não consigo tirar verdadeiramente a prova da existência de Deus, e, mesmo que o tentasse, jamais conseguiria levá-lo a termo, enquanto me veria forçado a viver sempre em suspenso, com o receio de que me sucedesse de repente alguma coisa tão terrível como a perda das minhas pequenas provas.'
Soren Kierkegaard, in "Mitos Filosóficos