quarta-feira, 2 de abril de 2008

"Todos os maus romances começam com referências temporais, como se permanecessem significáveis, tivessem o mesmo toque que tiveram e interessassem a quem lê; quer-se é futuro - cheira ainda o ar e ainda estarás no sofá da sala. O momento vidido, as recordações que nos deixa, a memória tão lúcida, compensa o fácil esforço da alienação: o tempo desintegra-se quando se relembra, são atenções limpa, das que são facilmente solúveis: desatentas, em permanente desejo. Um ponto final é sempre um ponto final. Mas percebi nessa altura, neste mês, que há presenças impossíveis de destruir (imagina: como conjugar um verbo no futuro sempre no Presente e permanecer aí, em redundância, avassalado por tão certa condição). Ainda, há negações amestradas, nãos que são sins muito lentos - mas as palavras devem ser usadas não como formas de letra para quem lê mas entoando-lhes um sentimento, uma profunda expressão; um estálo de pólvora depois de uma luz. "
Frank Green, in 'Diaporese'

1 comentário:

The Walrus disse...

A vida, para os desconfiados e os temerosos, não é vida, mas uma morte constante. Have you met Vives?