quarta-feira, 3 de junho de 2009

'Já não há astro, hoje a lua é nova. Não há céu, nem estrelas, nem nuvens, nem chuva, nem vento onde dança a pena que te relembra do que é existir. Não vou estar, nem aqui nem em lado algum, para ninguém. Creio no que não se deveria querer e guardo por lá um amontoado de sonhos, esticados sobre o sol quente de Junho, que os destila. A minha visão ganha dicrotismo no resultado, porque é tarde (2:26 am), porque padeço dessa condição incurável que me entoja, e porque nem tenho resposta, nem a surpresa de um sim. Tudo deveria ser correspondente à nossa idealização; nada deveria ser o contrário disso. Face à ânsia, entrizo-me. É só mais um outro dia, mais uma outra noite, é mais um pouco do sempre de tudo, só mais um pouco de tudo, sempre… não me incomoda esperar e ficar à espera consciencializa-me.
Neste teu prefácio vejo a minha história.'

F.G. in 'Diaporese'

2 comentários:

marta disse...

bitch!obrigas-me a ir ao dicionário...

The Walrus disse...

'(...) não me incomoda esperar e ficar à espera consciencializa-me.'

Irreproachable genial, dear José, this nonpareil and I dare to say unprecedented quote of yours.

But, for the love of God, what bloody hell means 'entrizo-me'? It's not 'resisto', is it?

I look forward for an answer of yours.

Yours Faithfully